Foto do Porto de Santos-SP
Acabo de ler uma reportagem sobre a empresa multinacional brasileira Gerdau. Em 2008, foi a empresa nacional com maior presença no exterior, de acordo com uma reportagem publicada no Jornal América Economia, no dia 05 de agosto de 2009. Os dados são da Fundação Dom Cabral. E, ainda segundo os dados publicados, revela que as 20 maiores empresas brasileiras com participação no exterior possuem ativos de R$ 201 bilhões de reais lá fora. É o Brasil, aos poucos, atravessando suas fronteiras.
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No início deste ano, a Construtora Odebrecht ganhou uma licitação nos Estados Unidos, para a ampliação do Metrô de Miami até o Aeroporto Internacional da cidade. Um projeto de U$ 360,5 milhões de dólares. E a mesma construtora tem participado de obras ao longo dos quatro cantos do mundo. E para ser aprovada nesses processos licitatórios, a empresa tem que passar por uma série de aprovações rigorosas, estar em dia com todas as suas obrigações fiscais, trabalhistas, etc., além de concorrer com empresas de ponta do seu setor.
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Andando pelo Brasil, vejo um país dividido entre grandes obras e projetos, de um lado, e do outro, um país desigual, atrasado, com falta de estrutura, condições básicas e dignas de sobrevivência. E fico imaginando quanto potencial ainda não aproveitado, que poderia estar produzindo.
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Nossa meta não deve ser simplesmente melhorar os números do PIB para saltar posições, numa avaliação global. Precisamos enxergar as situações micro, que são de extrema importância para o crescimento e enriquecimento real do país.
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Por exemplo, ainda temos milhões de pessoas em condições de miséria, sem acesso às condições básicas e de consumo, sem emprego ou com renda muito baixa. A partir do momento em que tivermos essa população estudando e se profissionalizando, e conseqüentemente trabalhando, teremos um aumento de consumo substancial, além de uma força de trabalho mais qualificada.
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Não somos tão populosos como a China. E isso é uma grande vantagem, pois um aumento do PIB per capita real para uma população que está na casa dos bilhões de habitantes é algo muito difícil. Tanto que, apesar de a China apresentar ótimas taxas de crescimento anual, proporcionar a sua grande população um aumento considerável do PIB per capita não é fácil, nem simples.
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Seria interessante ver empresários e futuros empreendedores brasileiros saírem um pouco dos seus grandes centros e visitarem, conhecerem outras regiões, que estão dispostas a abrigar novas empresas, fornecer mão de obra e conquistarem um pouco de progresso. O país esta aí, para todos.
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Um exemplo real e particular é ver a empresa na qual eu dirijo, a Granato/Unifel, uma pequena empresa de educação e tecnologia da informação, sair do estado de São Paulo, e conquistar seu espaço em outros estados, como o Rio Grande do Sul, Paraná, Espirito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Sempre com muito trabalho, muita dedicação, e muitas dificuldades. Mas são essas dificuldades que nos têm trazido grandes aprendizados e nos feito crescer. Por isso, já estamos nos planejando e nos preparando para atuarmos na Argentina, no Uruguai e no Chile a partir do próximo ano.
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Não podemos ficar limitados a uma única região, por nos sentirmos confortáveis. Nem imaginar que o crescimento é limitado a um único lugar. As coisas estão acontecendo em muitos lugares diferentes, para descobrirmos precisamos sair do nosso ninho, da nossa toca, e partirmos em direção ao desconhecido, ao novo. Claro que sempre analisando riscos, estudando e planejando bem as nossas ações, mas sem medo de erra ou fracassar, pois bem sei que para atravessar vários estados precisei apanhar muito, errar muito, mas bem sei que até aqui, tem valido muito a pena. Principalmente porque o crescimento profissional e pessoal tem sido muito gratificante.