Bom, o mundo dos esportes tem dominado a atenção dos holofotes. Natural que a Copa, realizada a cada quatro anos, tenha grande destaque. Tudo pára, tudo inexiste. Podemos observar o quanto as coisas realmente são. As notícias, todo circo promovido só tem validade quando não há mais nada pra falar.
Sempre foi assim, dá-se destaque a qualquer coisa que possa prender as pessoas à frente da televisão, de um jornal, de uma revista e, mais recentemente, do computador. Parece interessante esse alinhamento do ano de eleição política presidencial, juntamente com a Copa do Mundo.
Enquanto os presidenciáveis vão arrumando suas melhores roupas, ensaiando seus melhores sorrisos, construindo suas aparências mais sérias e repreensivas, tudo rola pelo gramado, tudo escorre para um lugar comum, tudo é tudo ou nada ao mesmo tempo.
Reflexões à parte, quem pode, faz negócios e lucra com a Copa, com as Eleições, com as Tragédias, pois ao final de tudo, tudo é negócio. Enquanto isso, outros buscam um espaço como ator (ou atriz), nesse circo todo armado, temos o perna de pau, temos o palhaço, o malabarista, o trapezista, enfim, temos o show.
Os próprios estúdios de Hollywood, recordistas de público o ano todo, buscam estratégias para vender as bilheterias de cinema em período da Copa do Mundo, e promover seus atores galáticos e suas produções impecáveis, tamanho impacto que o futebol tem na economia e no dia a dia do mundo normal da maioria das pessoas.
Enquanto isso, os políticos, uma espécie de classe artística fundamental nos cenários globais, no máximo se aquecem em seus camarins, ensaiando seus últimos e inflamados diálogos. Não dá pra emplacar um sucesso nesse período, é necessário respeito, tem-se que esperar o momento certo pra aparecer. Até o astro internacional Ahmadinejad, famoso por representar o vilão do Irã, foi colocado pra escanteio nos últimos dias.
Se bem que tem muita gente com diálogo sem sal nem açúcar, sem tempero e sem gosto, na verdade, sosso mesmo, em qualquer época do ano, em qualquer palco, em qualquer mesa. Na verdade, acredito que muitas coisas estão assim, ainda sem tempero, aguardando o toque final. E o grande problema está exatamente aí, em dosar os elementos que serão acrescentados e farão o gran finale.
Conversa fiada à parte, Brasil, Argentina, Alemanha e Itália, em minha opinião, são os candidatos ao título mundial deste ano. Mas muita água vai rolar, aqui e lá, muito caldeirão vai ferver, com temperos, carnes e legumes, política, futebol e cinema.
Um bom prato tem que ter gosto, tem que ter apelo, tem que ser saboroso, marcante, de dar água na boca. Os favoritismos, seja na campanha política, seja dentro de campo, seja na vida, às vezes surpreendem e dão lugar aos coadjuvantes, ou a um grande vilão. E são esses momentos surpreendentes que dão a liga necessária, o sabor especial ao prato, ao molho, ao viver.