terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal e Feliz 2011

"A luz que se esparrama pelos vãos da janela de nosso quarto, dia após dia, é a mesma que, algumas vezes, vem coberta pelas nuvens e pela chuva, pelo vento e pelo frio...

Isso não significa que ela não seja tão intensa...

Como nas demais manhãs!

Isso significa que nenhum dia é igual ao outro, apesar de a luz estar ali, diariamente, insistentemente, ao longo da vida!!!

Isso significa que a vida nem sempre tem dias felizes ou tristes a se repetir, mas que a vida continua dia após dia, noite após noite, independente de como serão as coisas.

Porém, a vida pode ser moldada pelos nossos sonhos, pelas nossas realizações, pelas dificuldades que nos fazem refletir, e buscar forças para superar os momentos difíceis.

Pensando nisso, imagino que a cada Natal, e a cada Ano Novo, exista uma semente de recomeço em nossas vidas...

Não igualmente aos dias felizes do passado,

Não necessariamente como os tristes que nos fizeram sofrer...

Desejo que todos, cada um em seu interior, possa refletir sobre suas ações, suas conquistas, suas derrotas,

E que busque algo pleno para o amanhã,

Na nova luz que irá nascer, na janela de nosso quarto.

Um Feliz Natal e que 2011 seja um grande ano,

Para todos nós...

Votos Sinceros de Alberto Granato”


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Trabalhar fora do país é a solução? às portas de 2011: Eleição Presidencial Brasileira, Novas Tecnologias, Educação e Novas Oportunidades!!!

Após passar a euforia das eleições presidenciais, e da briga intensa entre governo e oposição, o Brasil ruma para um fim de ano bom, com fim de mandato do presidente Lula, com a economia crescendo à altas taxas, e uma perspectiva muito boa para os próximos anos.
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A respeito da briga travada entre governo federal e oposição, acho que o Brasil ganha e perde. Ganha, por ter posições, lideranças, perspectivas e motivações diferentes; isso faz gerar discussões, propostas, reflexões, e todo amanhã sempre é bem construído quando refletido, bem traçado, com uma proposta. E perde quando foca na vida pessoal das pessoas, caminha pela baixeza humana, gera discursos de que tudo é conspiração, tudo é desastre, e deixa de lado projetos concretos.
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Penso que a oposição, liderada por PSDB e DEM, têm grandes nomes e pessoas de qualidade refinada. Da mesma forma, entendo que o PT também tenha. O que se viu nas eleições foi um embate muitas vezes alimentado pela mídia, muitas vezes alimentado por políticos mal intencionados com interesses particulares, desejando comer as sobras de quem quer que fosse o vencedor.
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Mas confesso que tenho uma boa expectativa da Dilma Roussef. Creio que sua vitória foi sustentada pela, dentre outras razões, falta de proposta mais profunda de seus concorrentes, em parte pelo sucesso econômico do governo Lula, e pela fato de que boa parte da população das classes economicas mais baixas ascenderam economicamente, e isso fez diferença na hora da escolha.
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O Nordeste é prova disso. Uma região que até então não era explorada, e era colocada de lado pela parte sul-sudeste do país, mas que está crescendo a passos largos, se tornando não apenas um pólo de turismo internacional, mas pólos regionais industrializados com a mais variada área de produção. Isso, sem falar em seus portos e aviões estarem mais próximos dos Estados Unidos e Europa, e que suas terras estão sendo bem exploradas para o agronegócio.
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Obviamente, tudo é um resultado conjunto dos últimos 20 anos da economia e política brasileira, mesclado à realidade do mundo globalizado de hoje, que permite novas oportunidades de negócios, aumento da cadeia de consumo interno e externo, mais poder aquisitivo das classes dos países emergentes, e por aí afora.
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Colheu os louros aquele que estava por último, no caso o atual presidente Lula, uma vez que seu governo está em mais evidência e fresco na memória do povo do que o governo anterior, no caso, o de FHC. Mas agora, tudo isso ficou para trás. Não adianta ficar lamentando, afinal, temos um governo democrático, eleito pelas urnas, e não uma ditadura opressora e inquisitora.
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Novamente repito que tenho boa expectativa pelos próximos anos, e ajuda muito o fato de o Brasil, assim como a América Latina, ter muito a crescer, muito a conquistar. É possível gerar mais emprego, renda, recursos. Também atrair investimento externo e, principalmente, aumentar nossa participação no mercado exterior.
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Creio que, em se tratando de nossa partipação nos demais países, nós devamos começar pela América do Sul. Já temos alguns tratados, algumas grandes empresas e bancos instalados nos países vizinhos, porém, cabe um alargamento dessa representatividade, de um aumento de área de atuação, aumento de volume de negócios, da participação de empresas de pequeno e médio porte. Pequenos e médios empresários brasileiros deveriam fazer um turismo nos países vizinhos, com um olhar mais crítico, mais investigativo.
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Investir em outro país da América do Sul não é nenhum bicho de sete cabeças. Há a barreira do idioma, mas pode ser facilmente superada. Por outro lado, o custo de uma passagem aérea internacional, para os nossos países vizinhos, pode sair mais barato do que uma passagem de São Paulo para uma capital do Nordeste. Aproveitando essas supostas visitas aos países vizinhos, os empresários deveriam procurar escritórios de contabilidade para se integrar de como funcionam as coisas, procurar empresas brasileiras que já trabalhem no exterior, bancos nacionais que também atuam no exterior e suas respectivas linhas de crédito, tudo para se integrar à realidade local, e, a partir de então, estabelecer uma mínima conexão que permita a exploração de novas áreas ou novas oportunidades.
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Muitas vezes, ficamos dominados pelo medo e pelo comodismo, e isso não nos permite crescer, ampliar o alcance de nossa visão, expandir nossa interpretação e conhecimento das coisas. Claro que é apenas uma sugestão, mas a partir da América do Sul, os novos rumos deveriam voltar para a África, Oriente Médio e Ásia. Há muito mercado e potencial a ser explorado.
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Talvez os profissionais e empresários ainda não estejam preparados. Isso me faz refletir diretamente na função que a educação, os cursos e os treinamentos têm; desta área entendo um pouco, pois tenho dirigido projetos nessa área em todo território brasileiro. Às vezes, percebo que as pessoas em geral têm interesse em se aperfeiçoar; só que isso não faz parte da cultura do brasileiro, essa continuação da formação. E, obviamente, as pequenas empresas em geral acabam não dispondo de recursos para investir em formação, em treinamento, o que é lamentável.
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Primeiro, porque se você não tiver uma equipe atualizada às tecnologias disponíveis, profissionais com alta capacidade de performance, o serviço ou produto resultante é sempre mediano. E fica difícil competir com tantas empresas no mercado hoje, e quando falo empresa não digo apenas das brasileiras, mas das chinesas, americanas, européias, japonesas, afinal de contas, a globalização colocou todo mundo num mesmo patamar geográfico.
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Mas, se as empresas se encontram num mesmo campo de atuação, ou seja, se o mercado global é para todos aqueles que querem disputar uma fatia do bolo, caracterísitcas como tecnologia, inovação, alta performance e redução de custos são fundamentais para a sobrevivência hoje. E é aí que eu vejo as empresas brasieliras pecando.
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Por outro lado, há uma brecha e um campo aberto no qual oportunidades estão disponíveis em grande escala. Para isso, basta se envolver, basta fazer parte da mistura que vai para este bolo. E as primeiras atitudes começam justamente com um olhar crítico, um entendimento mais aprofundado da realidade atual, e uma boa capacidade de transformar oportunidade em negócio concreto.
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Os trâmites para se negociar hoje com os mercados externos, ou mesmo com outros estados, não é tão complexo como se imagina. É trabalhoso, mas, se as pessoas querem algo mais, trabalhar é preciso. Investir é preciso. Estudar e se aperfeiçoar é preciso. Na maioria das vezes, as oportunidades existem. O que falta é audácia, criatividade, falta dar o ponta pé inicial. E que venha 2011!!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O sabor das coisas... e a Copa está aí!

Bom, o mundo dos esportes tem dominado a atenção dos holofotes. Natural que a Copa, realizada a cada quatro anos, tenha grande destaque. Tudo pára, tudo inexiste. Podemos observar o quanto as coisas realmente são. As notícias, todo circo promovido só tem validade quando não há mais nada pra falar.

Sempre foi assim, dá-se destaque a qualquer coisa que possa prender as pessoas à frente da televisão, de um jornal, de uma revista e, mais recentemente, do computador. Parece interessante esse alinhamento do ano de eleição política presidencial, juntamente com a Copa do Mundo.

Enquanto os presidenciáveis vão arrumando suas melhores roupas, ensaiando seus melhores sorrisos, construindo suas aparências mais sérias e repreensivas, tudo rola pelo gramado, tudo escorre para um lugar comum, tudo é tudo ou nada ao mesmo tempo.

Reflexões à parte, quem pode, faz negócios e lucra com a Copa, com as Eleições, com as Tragédias, pois ao final de tudo, tudo é negócio. Enquanto isso, outros buscam um espaço como ator (ou atriz), nesse circo todo armado, temos o perna de pau, temos o palhaço, o malabarista, o trapezista, enfim, temos o show.

Os próprios estúdios de Hollywood, recordistas de público o ano todo, buscam estratégias para vender as bilheterias de cinema em período da Copa do Mundo, e promover seus atores galáticos e suas produções impecáveis, tamanho impacto que o futebol tem na economia e no dia a dia do mundo normal da maioria das pessoas.

Enquanto isso, os políticos, uma espécie de classe artística fundamental nos cenários globais, no máximo se aquecem em seus camarins, ensaiando seus últimos e inflamados diálogos. Não dá pra emplacar um sucesso nesse período, é necessário respeito, tem-se que esperar o momento certo pra aparecer. Até o astro internacional Ahmadinejad, famoso por representar o vilão do Irã, foi colocado pra escanteio nos últimos dias.

Se bem que tem muita gente com diálogo sem sal nem açúcar, sem tempero e sem gosto, na verdade, sosso mesmo, em qualquer época do ano, em qualquer palco, em qualquer mesa. Na verdade, acredito que muitas coisas estão assim, ainda sem tempero, aguardando o toque final. E o grande problema está exatamente aí, em dosar os elementos que serão acrescentados e farão o gran finale.

Conversa fiada à parte, Brasil, Argentina, Alemanha e Itália, em minha opinião, são os candidatos ao título mundial deste ano. Mas muita água vai rolar, aqui e lá, muito caldeirão vai ferver, com temperos, carnes e legumes, política, futebol e cinema.

Um bom prato tem que ter gosto, tem que ter apelo, tem que ser saboroso, marcante, de dar água na boca. Os favoritismos, seja na campanha política, seja dentro de campo, seja na vida, às vezes surpreendem e dão lugar aos coadjuvantes, ou a um grande vilão. E são esses momentos surpreendentes que dão a liga necessária, o sabor especial ao prato, ao molho, ao viver.




quarta-feira, 2 de junho de 2010

O outro lado da moeda

Gostaria de ver a possibilidade de nossos candidatos políticos terem a necessidade de se preparar mais para assumir um mandato. E penso que a exigência de um curso de administração pública seria fundamental.
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Nada contra a Dona Maria da Feira, ou o Fulano do Camelô, costumazes personagens que aparecem nos horários políticos televisivos, e muitas vezes motivo de riso. Mas é inaceitável, em um país que se leve a sério, ter personagens bizarros em uma disputa eleitoral. Não creio que o "Ficha Limpa" seja uma solução. Até porque acho que isso não funcionará na prática.
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A situação é simples. Para se ocupar um cargo público através de concurso público, o candidato precisa ser aprovado em várias etapas e provas, que vão desde conhecimentos gerais, passando por história, língua portuguesa, geografia, matemática, e por aí a fora. A lógica é simples. Quanto mais específico o cargo a ser ocupado, mais se exige do candidato, como formação superior, e em alguns casos, como professores universitários, médicos, entre outros, exige-se especialização.
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Por outro lado, os principais cargos políticos, que definem as nossas leis, ou como investir nossos recursos financeiros, ou nossa representação no exterior, não requerem nenhum pré-requisito. Para se candidatar a vereador, prefeito, deputado, governador, senador ou presidente, ministro ou secretário de estado, basta pertencer a um partido político, se candidatar ou ser indicado por um político já em exercício, ter amizades e recursos financeiros.
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Não há discernimento nas eleições. Escolhe-se aleatoriamente, ou baseado em algo já existente. E muitas vezes, um determinado político envolvido em alguma irregularidade, consegue driblar as leis e, ou se manter no cargo, ou se retirar daquela situação para retornar na eleição seguinte. As casas políticas são formadas por partidos políticos distintos, porém com interesses mútuos, de auto-ajuda ou de retribuições e trocas. Não creio que isso seja democracia. O comportamento e andamento político pode ser qualquer coisa, menos o do interesse comum.
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Acredito que ao final das eleições políticas presidenciais deste ano não teremos alguma mudança de caminho no Brasil em se tratando de economia, desenvolvimento interno, ou mesmo nas questões fiscais, previdenciárias. O rumo brasileiro tende a seguir para um ponto comum, independente do vencedor.
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O que nossa política carece, nesse momento, é de uma reforma da estrutura política, do posicionamento político, da construção da política, da democracia, das bases de desenvolvimento sustentável do nosso país.
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Recentemente, vi o presidente da república falar sobre se produzir mais alimentos para erradicar a fome nos países mais pobres do mundo. Na verdade, não somos exemplo nem temos como falar dessa questão para o resto do mundo, uma vez que somos talvez o país mais desigual do mundo, e temos problemas de miséria extrema não só na região norte e nordeste, mas também nas regiões sudeste, sul e centro-oeste.
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Nosso número de favelas é superior aos números da África. Nossa política de desenvolvimento das nossas regiões mais pobres ainda não foi eficaz, na verdade estamos ainda longe de combater determinadas situações de miséria, educação, habitação, saúde, saneamento básico.
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Em cada enchente que temos, fica claro a dimensão da ocupação indevida do solo, algo colocado à margem de qualquer político, à margem do estado. Hoje, somos o oitavo país mais rico do mundo. Até 2020, provavelmente teremos condições de, no máximo, manter esse resultado ou subir uma posição. Isso se conseguirmos manter uma taxa de crescimento de 5% ao ano.
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Porém, olhar apenas a lista dos países mais ricos do mundo, e nos encontrarmos dentro dela não significa tanta coisa assim, pois olhar apenas nossa posição na tabela do PIB de todos os países do mundo é algo totalmente enganador. Uma vez que a nossa frente temos Itália e Reino Unido, como sétimo e sexto países mais ricos do mundo, ambos desenvolvidos, com uma população total bem inferior a nossa, e sem nossos problemas básicos de falta de infra-estrutra, e por aí a fora.
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Até porque quando comparamos o PIB per capita, nosso índice é muito, mas muito inferior. Claro que a Europa, os Estados Unidos, e o Japão têm problemas, mas são diferentes dos nossos.
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Por outro lado, penso nisso, pois a médio prazo, precisamos definir o país que queremos construir para nossa velhice, para nossas próximas gerações. Fazer discursos inflamados, destacando um ou outro índice é muito fácil. Fazer auto-promoção com recursos públicos e propaganda gratuita (gratuita não, na verdade paga com o dinheiro de nossos impostos) é fácil.
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Mas eu não escolhi esse caminho, muitos brasileiros não escolheram esse caminho. Alguns caminhos foram escolhidos por nós, por pessoas menos preparadas do que nós. Por isso, imaginamos que estamos longe do ideal.
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Do outro lado da moeda, não temos a mesma moeda. Temos qualquer outra coisa, falamos qualquer outra língua. Desejamos qualquer outro caminho. Do outro lado da moeda mora o inverso, o inverso do bom senso, o inverso do discurso inflamado, verborrágico. Do outro lado da moeda mora a realidade, crua, nua, dura. A mesma que não esconde as faltas, as ausências, as ignorâncias, as injustiças. Qual é o outro lado da moeda?

sábado, 29 de maio de 2010

Eleições Presidenciais e outras coisas


Estou pensando nas eleições presidenciais. Sendo um pouco mais direto, e nada contra os demais candidatos, José Serra e Dilma Rousseff protagonizam um momento da história brasileira que terá conseqüências semelhantes, independente do vencedor nas urnas.
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Não porque ambos estejam no mesmo nível intelectual ou político, pois ambos possuem trajetórias diferentes, formações diferentes, partidos diferentes. Mas ambos sabem que independente do que aconteça, será necessário dar seqüência ao projeto político que está aí, que foi bem administrado por Lula, que foi moldado nos dois mandatos do Fernando Henrique Cardoso, mas que começou a tomar forma com as "diretas já".
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O continuísmo político, termo usualmente escrito e falado, nada mais é do que não fazer diferente daquilo que se tem feito, seja aqui no Brasil, seja ao redor do mundo. Nas últimas semanas, alguns países da Europa começaram a reformular suas políticas econômicas, suas taxas de impostos, suas políticas internas. E essa situação tem gerado controvérsia e discussão em todos os cantos. Mas todos sabem que é preciso apertar os cintos em determinado momento, para não ficar sem as calças.
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No Brasil, o caminho a ser adotado será o de melhorar o crescimento econômico, e, a partir da margem positiva de crescimento, fazer investimentos nas áreas mais carentes e com menos infra-estrutura. O governo vem, mês a mês, aumentando os recordes de arrecadação, e isso há de permitir que parte desse montante seja investido em infra-estrutura, desenvolvimento social e sustentável.
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Como não tenho bola de cristal, não tenho como prever quem ganhará a eleição presidencial. Mas boa parte das pessoas que acompanham as questões políticas sabe que no fim das contas, independente de quem ganhe, o importante será manter o crescimento econômico, tornar o Brasil um país de diálogo amistoso com todas as nações, manter relações exteriores e econômicas cada vez mais estreitas com um maior número de países possível.
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Independente das crenças político-partidárias, espero que ao final desse circo, que sejam oferecidas condições de crescimento para as empresas, que isso gere empregos, aumento de salário, e que possamos ter voz no mundo, mas uma voz a partir da nossa capacidade financeira, e não somente de discursos verborrágicos, cênicos, ilusórios. No fim das contas, se o país ganhar, todos ganharemos. É o que eu espero, que ganhe meu vizinho, que ganhe meu concorrente, mas que eu ganhe também. O problema é quando um monopoliza o poder, o dinheiro, os empregos, os recursos. Pois ficamos a mercê de algo que tende a se tornar ditatorial. E isso é o pior que pode acontecer para uma sociedade justa, livre e democrática.

sábado, 3 de abril de 2010

Das questões globais às locais - o outro lado da margem do rio.



Creio que o ano de 2010 será registrado como um ano de transição fundamental para a história da economia, política e formação continuada da sociedade brasileira, e terá importância e reflexões ao longo dos próximos anos tanto em suas relações internas, como em suas relações externas.
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Seja pelo impacto que as eleições irão causar nos próximos quatro ou cinco anos, seja pelo molde que se está formando dos valores e práticas da nossa política e economia. E escrevo isso pensando tanto nas questões administrativas, bem como nas questões morais, éticas e de inovação.
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Nos dias de hoje, não existe apenas um ou outro país em busca de sua transformação; quando olhamos o mapa global, notamos que o mundo está em fase de franca adaptação à nova realidade econômica, política e características globais na qual estamos vivendo, uma busca da nova ordem social. Da pujante América do Norte, e suas inovações políticas e limitações, com Barack Obama, seja em relação às recessões européias, saturadas pelos países menores que dependem das nações mais ricas, passando pela nova democracia do Iraque, tudo tende a busca pela adaptação, pelo caminho do novo.
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Ao olharmos o planeta de forma global, constatamos que as relações políticas e econômicas estão intimamente ligadas neste momento. Parece-me que em meio ao desconhecido, todos estão aproveitando para dar novos rumos ao seu país, à suas empresas, às suas relações internacionais.
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Com o Brasil não é diferente. Em ano de eleições, PSDB e PT esboçam caminhos semelhantes e distintos, ao mesmo tempo, um antagonismo típico da nossa política. De um lado, um candidato com bagagem na administração pública, que tem inovado razoavelmente em sua administração no estado de São Paulo, e está normalmente distante de escândalos políticos.
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Do outro, uma candidata vinda da atual administração pública federal, amparada pela alta popularidade do então presidente da república, mas sem grande bagagem em uma administração pública de impacto, ainda que esteja à frente da Casa Civil Federal, ou ainda pela falta de carisma junto à população.
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Porém, em se tratando de carisma, creio que os principais candidatos a presidência da república no Brasil não sejam tão emblemáticos. Por um lado, isso pode até soar negativamente. Por outro, isso pode ser positivo, e a sociedade tirar proveito de uma eleição que poderá eleger mais por eficiência política do que pelo populismo oportunisita.
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Em questão de propostas, ainda teremos que aguardar. Se bem que, em relação às propostas, é muito comum os candidatos fazerem projetos durante a campanha, mas que ao longo do mandato ficam de lado, ou são executadas parcialmente.
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No geral, o que veremos será mais do mesmo, seja com inovações na administração, seja com menos escândalos de corrupção, ou um continuísmo regado a oportunismo barato. E não digo que isso seja ruim, com excessão à corrupção, claro. Quando falo mais do mesmo, percebo que as coisas terão como caminho continuar a política que está aí, sendo implantada há pelo menos duas décadas.
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Mas é uma tendência generalizada no mundo atual. Com suaves mudanças gradativas. Como a própria implantação da democracia no Iraque. Resultado das invasões dos presidentes Bush, pai e filho, criticadas até então. Seja a invasão pelo petróleo, seja por outras razões, o fato é que o resultado hoje é a implantação, no Iraque, de uma novidade para o Oriente Médio.
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Em relação ao Irã, temos dois caminhos possíveis: ou tenta caminhar na mesma linha do discurso comum da paz, da não proliferação de elementos atômicos, para evitar embargos econômicos e sanções mais pesadas, por conta de seus projetos nucleares, ou declara uma pseudo-guerra ao restante do bloco ocidental, e aguenta as conseqüências. Minha visão é de que em breve eles tomarão uma posição de acatar o diálogo dos norte-americanos, pelo menos no sentido de não declaração de conflito armado, pois o interesse financeiro irá falar mais alto que o interesse nacionalista.
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Outro ponto forte globalmente falando é o continuísmo do crescimento chinês, se mantendo em torno de 8% a 10% anualmente. Aos poucos, o impacto interno de sua economia vai influenciado em suas decisões políticas externas, tendendo a um posicionamento de alinhamento ao posicionamento dos norte-americanos, ingleses e franceses.
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O mesmo acontece com a Rússia, mas em proporções menores, uma vez que sua economia não é tão grande como a chinesa, nem tem os mesmos índices de crescimento. Mesmo assim, o caminho adotado pelos russos é o mesmo dos norte-americanos.
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Ao menos pelos dos próximos 10 anos, teremos um continuísmo do que está aí, a liga das nações lideradas pelos Estados Unidos, com forte participação dos chineses, que, pouco a pouco, transforma seu comunismo social em capitalismo "maria vai com as outras". Não dá pra desejar um caminho diferente que está sendo bem trilhado, imaginam os chineses. O ideal é não atrapalhar o andar da carruagem.
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Do lado negativo, vejo a Coréia do Norte, as insistências e provocações Iranianas em relação às questões nucleares, e a ignorância de pseudo-ditaduras da América Latina que ainda resistem ao século XXI com populismos típicos, como os casos de Chavez e Morales.
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Países entre pobres e modestos, sem capacidade de inovação, tecnologia, com restrições pesadas sobre à informação, à liberdade de expressão. Em comum, a ausência da democracia, da liberdade de idéias, e tendo governantes emblemáticos, que fazem uso de diversas artimanhas políticas para se manter no poder de forma ditatorial e oportunista.
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No mais, o tempo sempre vai dando as cartas, o tempero, o modo como as coisas se moldam. Parece que estamos em uma transição econômica e social em moldes globais, com todas as nações querendo acompanhar os padrões econômicos dos Estados Unidos dos anos 1950, a era da pujança, do crescimento, da inovação tecnológica.
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O Brasil fica um tanto pra cá, outro pra lá. Se ampara num governo populista, ativo, com forte e respeitado posicionamento internacional, com uma boa avaliação pessoal, mas que de certa forma está amparado por pilares duvidosos e criticados em seus ministérios, em suas entranhas, além de um Congresso e Senado defasados, carregados de escândalos de todas as espécies. De outro, a tentativa em se manter a democracia, o crescimento econômico e a ampliação do país no contexto global. Estamos próximos, porém distantes de ambos os caminhos.
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De tempos em tempos, retomamos alguns passos em nome de vários, amparado pela história de um. Estamos à margem do rio, do outro lado do rio, seguindo o fluxo das águas, como todo mundo, mas sem deixar de lado as nossas características mais peculiares.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Futebol como espetáculo, o futebol como economia global


O ano é 1958, dia 29 de junho, cidade de Estocolmo, capital da Suécia; Brasil e os donos da casa fazem a final da copa do mundo. Por conta da tecnologia disponível na época, aqui no Brasil, como na maior parte do mundo, só é possível acompanhar o jogo pelo rádio.

No jogo histórico, o Brasil conquista sua primeira copa do mundo com um placar de 5 a 2 contra os donos da casa, com dois gols de Pelé, dois gols de Vavá e um gol de Zagallo. Um dos gols, o “chapéu” que o Pelé deu no zagueiro sueco dentro da área, é considerado por muitos como o mais belo gol marcado em uma copa do mundo.

Na realidade, a primeira copa do mundo transmitida pela televisão foi a copa de 1954, porém, somente para 8 países da Europa. No Brasil, somente no ano de 1970 foi possível acompanhar os jogos pela televisão.

Caminhando para o século XXI, 30 de junho de 2002, cidade de Yokohama. Outra final da Copa do Mundo. Desta vez, porém, o palco dessa incrível partida não poderia ter outro local, que não o futurista Japão. Brasil e Alemanha fazem a grande final, daquele que seria o mais esperado encontro da Copa do Mundo de todo os tempos.

Numa partida emocionante, Ronaldo Nazário, o Fenômeno marca dois belos gols, e o Brasil conquista o penta-campeonato contra a Alemanha, consagrando o Fenômeno como grande artilheiro da Copa (hoje ele é o maior artilheiro em Copas do Mundo de todos os tempos), o técnico Felipão e todo elenco brasileiro.

Na ocasião, o jogo foi assistido ao vivo por mais de 69.000 pessoas, contando com a transmissão da televisão para praticamente todos os países do Globo Terrestre, com um público estimado em 1 bilhão e 100 milhões de telespectadores, e isso só para a final.

Qual a diferença entre 1958 e 2002? Os valores arrecadados com marketing e propaganda que a televisão, e os demais meios de comunicação puderam gerar. Na metade do século passado, a forma de se enxergar o esporte era uma, mais pura, digamos. Hoje, é encarada pura e simplesmente como comercial.

Só para que tenhamos idéia do que representa comercialmente uma Copa do Mundo, segundo dados oficiais da FIFA, para a Copa de 2010, que será realizada na África do Sul, foram negociados $ 2,65 bilhões de euros, entre patrocínios, direitos televisivos e móveis. E esses números se referem apenas ao que a FIFA negociou.

Em se tratando de qualidade técnica, não vou entrar no mérito da questão. Acredito que de um modo geral, o espetáculo se elevou. Não digo que os jogadores de hoje são melhores que o de ontem, não é nada disso, tampouco vou fazer esse tipo de comparação, pois não sou a pessoa exata pra isso. Mas com todo o aparato tecnológico, é óbvio acreditar que mais pessoas podem acompanhar aos jogos com mais qualidade, com mais emoção, com maior envolvimento.

Hoje, com os modelos de televisão extremamente avançados, como os de tela de 42 polegadas, som digital, e transmissão de canais que disponibilizam 10, 20, 30 câmeras diferentes instaladas nos estádios, que mostram os detalhes mais imprevisíveis de uma partida, assistir aos jogos de casa, ou de um barzinho que possua um telão, com os colegas, é um programa cada vez mais popular.

Porém, os jogos de futebol são muito mais do que belos gols, ou diversão entre os colegas. O futebol do século XXI é um dos setores de eventos mais rentáveis do mundo. E quando olhamos o mercado por essa óptica, constatamos que muitos empregos direta e indiretamente são criados. A começar pela parte médica, fisioterapia, até a questão da segurança, da limpeza, da manutenção dos estádios.

Aqui no Brasil, ainda que o dinheiro comercializado não seja tão alto quanto na Europa, aos poucos se tem buscado um modelo profissional para a gestão do futebol. Diferente dos países europeus, Japão e Estados Unidos, temos gravíssimos problemas que vão desde a condição inadequada dos estádios, até a falta de segurança para o público, e até mesmo aos jogadores.

Contudo, ainda que em passos tímidos, o país dá passos para resolver alguns problemas cruciais, e formar administrações profissionais ao esporte, e não somente passionais. Temos uma meta a cumprir até 2014, uma vez que neste ano sediaremos a Copa. Estádios estão sendo reformados, estratégias estão sendo traçadas, empresas estão sendo abertas e pessoas, treinadas. E isso já neste ano de 2010, ou seja, existe uma repercussão e movimento já iniciado para o recebimento deste evento tão lucrativo e abrangente.

Dessa fase moderna do futebol, o Palmeiras foi o primeiro clube de futebol a contar diretamente com um patrocínio de uma empresa em suas finanças. Em 1992, a Parmalat, multinacional de laticínios italiana, adotou a estratégia de marketing de se associar a um clube popular no Brasil, e que fosse reconhecido nacionalmente, a fim de utilizar sua imagem para lançar seus produtos.

Houve, na ocasião, um sucesso duplo: a marca Parmalat rapidamente se popularizou no Brasil, e o Palmeiras conquistou vários títulos importantes. Na ocasião, a Parmalat adquiriu vários jogadores importantes, formando um time competitivo. Em troca, obtinha lucro de imagem, de produtos, e posteriormente com a venda dos jogadores que se consagraram, para o exterior.

No ano passado, outro marco na relação histórica entre o mundo dos negócios e o futebol: o retorno de Ronaldo Nazário, o Fenômeno, ao futebol brasileiro, especificamente no time do Corinthians. Sua aquisição trouxe uma mudança significativa no comportamento dos clubes e as suas relações com o marketing esportivo brasileiro, e com a forma de se buscar patrocinadores, que até então não se via.

Para se ter uma idéia, o atacante recebe um salário anual de R$ 3,6 milhões. Porém, valor bastante inferior ao que recebia na Europa. Para ter sua renda “complementada”, o atacante recebe cerca de 80% dos contratos que o Corinthians possui com a Bozzano e com o Banco Panamericano, que somam R$ 11 milhões, por exposição de seus logotipos nas camias dos jogadores. Ao todo, estima-se que o jogador receba cerca de R$ 12,4 milhões por ano, entre salário e acordos publicitários, sendo o maior salário da categoria, pago no país.

Por outro lado, o Corinthians também lucra com a valorização e com a imagem do jogador. Somente com a Batavo, o time conseguiu um aporte de R$ 18 milhões. Estima-se que ao todo, Corinthians e Ronaldo faturem cerca de R$ 51 milhões em patrocínio.

Seguindo a mesma linha do Fenômeno, o Flamengo e o atacante Adriano fizeram um casamento que rendeu a ambos, contratos milionários. Com grande destaque no futebol italiano, o atacante brasileiro Adriano retornou ao país repatriado pelo clube da Gávea, Segundo dados, só em camisas, foram vendidas mais de 932 mil peças, com média de preço entre R$ 140 a R$ 150. Do valor arrecadado no total, cerca de R$ 8,3 milhões ficaram com o clube, e 10% desse total foram repassados ao jogador.

Muitas pessoas fazem crítica ao comércio que é o futebol. Porém, é ingenuidade pensar que se trata de um esporte puro, livre das ambições do mundo dos negócios. Na realidade, o futebol é um negócio como outro qualquer, classificado entre o esporte e o entretenimento, assim como qualquer outro programa televisivo, ou evento. Claro que as emoções de se torcer por um determinado time, as jogadas fantásticas, tudo isso dá muita discussão, etc. e tal, move torcidas, causa polêmicas e discussões. E esse universo polêmico, não devemos nos iludir, também alimenta outra cadeia de negócios, oriunda do próprio futebol, e que é fundida a ele.

Mas, no final das contas, o que vale mesmo é o negócio como algo lucrativo, como algo rentável. E, por outro lado, se esse comércio permite trazer até nós craques do porte de Ronaldo, ou Adriano, melhor pra nós, melhor para a economia, melhor para o espetáculo. Assim são as coisas, como tudo na vida, como tudo no mundo, como em qualquer outro negócio.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Brasil: Ordem e Progresso - O País dos Caranguejos

Às vezes pode parecer pessimismo da minha parte, crítica à oposição, crítica ao governo, crítica aos empresários, crítica aos trabalhadores.
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Não se trata nada disso. Meu pessimismo é de caráter otimista, de alguém que olha para o mundo global e tenta aproveitar algumas oportunidades que o mundo novo nos oferece.
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Ao mesmo tempo, olho pra frase brasileira fincada na bandeira nacional e penso que caminhamos para um progresso, sem ordem.
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Nossa lentidão, em todos os níveis, trava nosso crescimento. Ao governo, por negociar com a base aliada e a oposição, muitas vezes falta arestas para cortar.
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Todos querem sua fatia, seja lá do que for, e ninguém está disposto a ceder. Empresários não cedem, governo não cede, oposição não cede, sindicatos não cedem. Todos têm adotado postura irredutível, inegociável.
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Enquanto isso, a China cresceu 8,9% em 2009. Suas reservas externas são trilhonárias. Estamos na porta da casa da moça, sem saber se ela está usando um vestido, e nos aguardando tocar a campainha, pra nos atender sorridente.
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Parece que muitas vezes andamos como os caranguejos, de lado. Não estamos retrocedendo, mas também não avançamos. E a economia global do século XXI não perdoa os lentos, os indecisos, os incapazes de tomar uma rápida decisão, e colocar a fila pra andar. A economia global do século XXI também não perdoa os caranguejos.
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É como se pensássemos em todas as possibilidades de risco pra ligar para aquela garota especial, e convidá-la pra sair no final de semana; enquanto isso, nosso pior pesadelo já ligou, agradou, e nessa altura do campeonato, eles já estão na fila do cinema, dividindo a mesma pipoca.
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Como disse, o mercado global tem no tempo seu grande aliado. Não permite burocracia, não permite discussões verborrágicas, não perdoa a falta de atitude. Queremos todos um país com uma economia de primeiro mundo, mas os interesses pessoais sempre prevalecem.
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Enquanto assim for, seremos sempre o pelotão do meio, meros coadjuvantes globais, disputaremos o resto. E parece que essa concepção está enraizada em nossa cultura, empedrada, um grande país, mas fornecedor de matéria prima, com produção tecnológica regional. Nos gabamos de nossa produção local, aceitamos liderar Venezuela, Bolívia, Paraguai, sem querer menosprezar esses países, mas como se isso fosse colocar nossas empresas na lista das 500 maiores empresas globais.
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Mas estamos longe dessa globalização, ainda, e infelizmente. Gostamos disso, do regional, queremos nos sobressair perante nossos vizinhos, mas sempre temos medo de atravessar a rua, e encarar o desconhecido.
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Qual a melhor reposta pra isso tudo e como virar o jogo? Não basta enxergarmos de forma global, precisamos agir de forma global, precisamos buscar novas propostas do outro lado da nossa rua. Precisamos deixar de querer competir com nosso vizinho, e talvez até devêssemos nos unir a ele, pra seguir por mares ainda não navegados por nós.
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O que nos une, e o que nos prende, pode ser nossa salvação. Alguns países, como a China, abriram suas portas para os investimentos. Outros países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, entraram por essa porta.
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Hoje há um certo desequilíbrio na balança comercial internacional dos países ricos; mas amanhã, quando as coisas se acertarem, aonde estará o Brasil? Com as portas abertas aos estrangeiros? Estará com suas embarcações lá nos mares dos outros continentes? Ou ainda estaremos aqui, achando que plantar cana de açúcar será a salvação do mundo para o transporte, enquanto Japão, Estados Unidos e Alemanha investem pesadamente em energias alternativas a partir de novas tecnologias?
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Parece que aqui temos dois graves problemas: primeiro, sempre nos contentamos em mostrar as nossas compras para os nossos vizinhos, querendo fazer inveja do que acabamos de adquirir; e, segundo, acreditamos piamente que um dia iremos inventar a roda. Este é o Brasil, cuja bandeira está cravado: Ordem e Progresso...


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ano de 2010

São três meses sem escrever. Os últimos meses foram bastante exigentes, em relação há tomar meu tempo. E nas poucas horas vagas que tive, faltou-me inspiração. Tenho acompanhado um pouco de tudo, da política, da economia, da segurança pública, do entretenimento e cultura, e vejo um pouco de estagnação.

No fim de ano houve um crescente aumento das vendas, um pouco de expectativa e otimismo, que levou as pessoas a comprar. Moderadamente as pessoas abriram suas carteiras, e comprometeram suas economias.

O varejo agradece, mas, no geral, continuamos na mesma. Saramago está com um novo livro no mercado, "Caim", relendo os escritos bíblicos, como em "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", que foi um sucesso de crítica.

No cinema, "Avatar" chega com toda tecnologia disponível, e ainda não vista até então. Uma excelente produção cinematográfica, com um roteiro comum. Mas de primeira linha.

No Brasil, as enchentes no sul, em São Luiz do Paraitinga e Cunha, e em Angra dos Reis dividiram os noticiários com desmoronamentos típicos de um país de terceiro mundo, nos mostrando o quanto ainda somos incapazes de administrar a ocupação do solo, de conter a miséria, a falta de estrutura, deixando à mostra nossos incontáveis problemas de país sem desenvolvimento.

Nossa tragédia só não foi maior que a do Haiti, país mais pobre das Américas, que já não tinha estrutura alguma. Agora, o Brasil de olho no marketing internacional, tenta oferecer ajuda milionária, esboçando querer liderar a recuperação do país, enquanto internamente somos incapazes de resolver nossos problemas. Tudo jogo político.

E por falar em jogo político, os candidatos à sucessão presidencial começam a fazer o aquecimento dentro do vestiário. O jogo vai começar pra valer após o carnaval. Serra, de um lado, representando a ele mesmo, contra Dilma, representando a falta total de simpatia do povo, com propostas que iniciam com o novo programa de Direitos Humanos, um projeto que, acredito, não chegará a lugar algum. Só está gastando tempo.

Lula segue com a aprovação acima dos 80%, o que não significa nada para a próxima eleição, a não ser para ele próprio, que viu seu filme circular pelas salas de cinema na tentativa de ser algo parecido com a trajetória de "Dois Filhos de Francisco". Não sei quem assistiu ao filme, tampouco a crítica a respeito.

A violência cresce, meio silenciosa. Parece que a polícia está perdendo, diariamente, seu espaço para o crime organizado. Isso até todo mundo sabe. Mas o que ninguém sabe é até onde vai essa crescente violência. Aos poucos, desde algum tempo, a segurança privada vem ganhando espaço e mercado no Brasil, e no Mundo, na tentativa de reparar essa situação.

Não digo conter a violência, mas manter seguro quem pode pagar por proteção particular. Isso funciona em parte. Nem toda empresa está preparada para lidar com a prevenção à violência. Enquanto isso, locais fechados, como os Shoppings Centers, agradecem, pois vêem seu público aumentar cada vez mais, com o anseio de poder passear em um local seguro.

Ainda assim, há muita coisa fora do controle, como no caso do atentado terrorista em Angola, à seleção de futebol do Togo. Além dos ataques terroristas já habituais, como no Iraque, Afeganistão, e até a tentativa frustrada contra os Estados Unidos, dentro de um avião.

Na economia Global, a China ainda cresce a passos largos, mas seus dias de corredor olímpico estão chegando ao fim. Não que ela vá quebrar, mas daqui pra frente o ritmo de crescimento vai diminuir.

Enquanto isso, a Europa e o Japão tentam manter estáveis suas economias, que, até o momento, são bastante polpudas. Já os Estados Unidos buscam formas de se reinventar em todas as áreas, em todos os meios, de todas as formas.

Na América do Sul, o Chile e a Argentina apresentam bons índices de crescimento, boa estrutura e plataforma de crescimento, além de altos índices educacionais, ao Chile principalmente.

Por fim, a tecnologia está avançando cada vez mais; a internet, os meios de comunicação, a televisão digital, os carros computadorizados, as construções do século XXI. Crescem e se ramificam para todas as áreas, como a saúde, a educação, o transporte público. Mas ainda restrita a quem pode pagar. Como sempre, a modernidade chega por partes, em poucas partes, e somente com o passar do tempo começa a se disseminar e chegar à grande massa.

No mais, parece-me tudo como antes. O Brasil buscando um lugar ao sol, tentando encostar-se às grandes economias globais, e os demais como sempre, buscando manter o seu pão de cada dia. Quanto a mim, ainda estou absorvendo os acontecimentos, pra direcionar os meus próprios passos.